domingo, 10 de agosto de 2008

Carta do Ministro Geral Frei José Rodríguez Carballo, OFM, às Irmãs da Ordem da Imaculada Conceição


Queridas irmãs da amada Ordem da Imaculada Conceição de Santa Beatriz da Silva, chegue a todas e a cada uma de vocês minha fraterna e carinhosa saudação com as palavras reveladas pelo Altíssimo ao Pai São Francisco: O Senhor lhes dê a paz (Test 24).
Ainda está muito viva em meu coração a lembrança do encontro que tivemos em Toledo, de 24 de maio a 4 de junho deste ano. Quantas vezes me senti na obrigação de agradecer ao Senhor a graça desse encontro, durante e depois de sua celebração! Quantas vezes brotou e ainda brota em meu coração e em meus lábios um canto de louvor ao Altíssimo e bom Senhor pelo dom das Irmãs Concepcionistas Franciscanas!
Recordando aqueles dias, posso dizer que, para mim, o encontro de Toledo foi sobretudo uma experiência de alegre fraternidade e de profunda comunhão entre as irmãs, mas também entre as irmãs e os irmãos e, por isso, entre as duas Ordens irmãs: a Ordem dos Frades Menores e a Ordem da Imaculada Conceição. Realmente, experimentamos a graça da unidade na diversidade. Foi também um momento de reflexão e de estudo sobre temas muito importantes para nossa vida, como a formação, inicial e permanente, a contemplação e a missão. Por isso, para mim e, certamente, para vocês também, o encontro foi um tempo forte de formação permanente. Por fim, o encontro foi uma celebração de ação de graças ao Pai pelo dom de Maria, Imaculada em sua Conceição, pelo dom de Francisco e de Beatriz e pelo dom de nossa vocação como Irmãos Menores e Irmãs Concepcionistas. Como foi bom sentir-nos irmãos e irmãs, não só por motivos históricos e de recíproco afeto, mas sobretudo em Maria Imaculada, que os Mestres franciscanos defenderam nas cátedras e propagaram através de seus escritos e dos púlpitos, e que vocês, queridas irmãs, querem cantar e celebrar com sua vida, toda ela a serviço daquela que Francisco canta como palácio, veste e tabernáculo de Deus e que teve e tem a plenitude da graça e todo o bem (cf. SM 3-4). Pelo encontro e por todos os que o tornaram possível, alegro-me no Senhor (Is 61,10).
Aproveitando agora a ocasião que me oferece a festa litúrgica de Santa Beatriz da Silva, desejo manifestar-lhes, mais uma vez, minha proximidade fraterna e, já que me pediram, através desta Carta, quero tornar-me presente em sua caminhada de fidelidade criativa, recordando-lhes algumas prioridades que devem ter presente em sua vida de contemplativas franciscanas.
Em suas vidas, dêem prioridade absoluta ao Senhor
O Senhor entrou em suas vidas e roubou-lhes o coração, como o esposo do Cântico dos Cânticos roubou o coração da esposa. Desde então, vocês já não se pertencem. Mendicantes de sentido, também vocês se puseram a caminho para buscar a plenitude. Então o Senhor deixou-se encontrar por vocês e, como para a Samaritana, mostrou-lhes que somente ele pode saciar sua sede e, como a Francisco e também a Beatriz, revelou-se como o Bem, todo o Bem, o sumo Bem, sua riqueza plena (LD 3). Queridas irmãs, vivam centradas nele, com o coração voltado para o Esposo. Amem-no de todo o coração, com toda a alma, com todas as forças (cf. Dt 6,5). Que nada as separe dele: nem a saúde nem a enfermidade, nem a alegria nem a tristeza, nem o trabalho nem qualquer outra preocupação. Em todo o tempo, em todo o lugar, em qualquer situação, sejam do Senhor e para o Senhor. Por isso, vocês foram chamadas a uma forma de vida que tem como centro a contemplação do rosto do Senhor. Contemplem seu rosto e, assim, quem se aproximar de vocês verá a ele (cf. Jo 12,21). Sensíveis ao impulso do Espírito e abandonadas filialmente no coração do Pai, deixem-se possuir totalmente pelo divino Amado. Sejam mulheres contemplativas, e o Senhor encherá seu coração de uma paz e de uma alegria que ninguém lhes poderá roubar.
Vivam intensamente a vida fraterna em comunidade
Vocês são irmãs. Vivam e se manifestem como irmãs-em-relação. O Senhor as chamou a viver uma vida fraterna em comunidade. Por isso, vivam voltadas umas para as outras, em reciprocidade fraterna. Nutram diariamente sua vida fraterna pela caridade de umas para com as outras, pelo diálogo constante e pela comunicação profunda que nasce do silêncio habitado por ele e pela escuta atenta e respeitosa da irmã que o Senhor lhes deu. Aproveitem, queridas irmãs, todas as ocasiões para se encontrarem umas com as outras e para partilhar entre si os dons que o Senhor derramou sobre cada uma de vocês. Somente assim poderão crescer juntas. E já que cada realidade cristã se constrói sobre a debilidade humana, e a comunidade ideal perfeita ainda não existe (cf. Vida Fraterna em Comunidade, 26), especializem-se em construir a fraternidade com gestos e ritos de perdão e de reconciliação entre si, sempre que for necessário. Sejam mulheres de relações sadias, autênticas e profundas.
Em fidelidade criativa
Este é o convite que a Igreja dirige a todos nós: responder à nossa vocação e missão em fidelidade criativa. Fidelidade ao que prometemos pela profissão, criatividade para responder aos sinais dos tempos (cf. Lc 12,56), fachos de luz na noite escura de nossa vida e de nosso tempo, faróis de luz através dos quais o Senhor nos fala e se revela a nós, para assim nos convertermos em sinais legíveis para um mundo sedento de um novo céu e de uma nova terra (Ap 21,1). Abram os olhos da fé e da esperança para detectar, em meio a tantas crises e sinais de morte, a presença do Senhor em nosso meio. Para isso, acolham a inspiração do Espírito, de modo que possam examinar tudo e ficar com o que é bom (1Ts 5,21), distinguindo sempre o que vem do Espírito e o que lhe é contrário (VC 73). Sejam mulheres em constante discernimento e sua vida e carisma conservarão o frescor de suas origens. Sejam mulheres fiéis e criativas.
Em formação permanente e inicial
Na formação, colocamos tudo em jogo: o presente e o futuro, a importância de nossa vida e missão e, portanto, nossa própria razão de ser na Igreja e no mundo. Formar-se não é um luxo, mas uma questão de fidelidade.
Se formar é transmitir uma forma de vida, devemos pôr especial interesse na formação permanente, pois sem ela é impossível falar de verdadeira formação inicial. Ninguém pode comunicar aquilo que não vive, aquilo que não é. Pois bem, se por formação permanente entendemos uma caminhada de conversão, como indicam os documentos da Igreja, não é de estranhar o que diz o documento Vida Consagrada: “A formação permanente, tanto para os Institutos de vida apostólica como para os de vida contemplativa, é uma exigência intrínseca da consagração religiosas [...] A pessoa consagrada jamais poderá supor que contemplou a gestação do homem novo que experimentou dentro de si, nem de possuir em cada circunstância da vida os mesmos sentimentos de Cristo”. E ainda: “Ninguém pode estar isento de aplicar-se ao próprio crescimento humano e religioso...” (VC 69).
A formação é uma caminhada que nunca acaba (cf. VC 65), e que encontra seu lugar privilegiado na vida de cada dia, particularmente no contexto da fraternidade. Tudo o que vocês realizam, queridas irmãs, deve ser visto como mediação para a formação permanente: a oração, a convivência fraterna, o recreio... Vejam tudo a partir de uma perspectiva de formação e tudo terá sentido novo. Sejam mulheres em processo de formação permanente.
Pela mão da Palavra
Há pouco tempo iniciamos o Ano paulino, proposto por sua Santidade Bento XVI para comemorar o bi-milenário do nascimento do Apóstolo das gentes. Por outro lado, logo mais será celebrado o Sínodo dos Bispos, que tem como tema “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”.
Nesse contexto, queridas irmãs, convido-as a fazer da Palavra, junto com a Eucaristia, seu alimento diário. Servindo-me das palavras de Santo Agostinho, convido-as a escutar a Palavra, conceber a Palavra e dar à luz a Palavra com suas boas obras. E para isso, seja a leitura orante da Palavra um momento forte da vida de suas fraternidades. Não se cansem de freqüentar a escola da Palavra e de beber constantemente deste manancial. Somente assim sua sede de plenitude será definitivamente saciada e sua vida converter-se-á em mensagem para o homem e a mulher de hoje. Sejam mulheres da Palavra e serão mulheres evangélicas, como queria Francisco e Beatriz.
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Queridas Irmãs Concepcionistas: Antes de invocar sobre vocês a bênção do Altíssimo com as palavras de Francisco, desejo manifestar-lhes minha proximidade e fazer-lhes chegar minha sincera e fraterna felicitação por ocasião da festa da enamorada da Imaculada: Santa Beatriz da Silva.
“Que o Senhor as abençoe e as guarde sempre”
Seu irmão e servo,
Fr. José Rodríguez Carballo, ofm
Ministro geral
Roma, 1º de julho de 2008

Prot. 099125

sexta-feira, 2 de maio de 2008


Breve Histórico da Ordem da Imaculada Conceição


A Ordem da Imaculada Conceição (OIC) – de Monjas contemplativas – foi fundada por Santa Beatriz da Silva e Menezes, em Toledo, Espanha, quando Santa Beatriz e suas doze companheiras se instalaram em partes dos Palácios de Galiana e a Igreja de Santa Fé, cedidas pela Rainha Isabel, a Católica, em 1484.
Santa Beatriz da Silva e Menezes nasceu em Ceuta (África) ou Campo Maior (Portugal), não se sabe ao certo, descendendo de uma nobre família portuguesa, entre os anos de 1426 a 1430. Viveu em Portugal até que seu pai, D. Rui Gomes da Silva foi nomeado governador de Campo Maior, passando a residir com sua esposa D. Isabel de Portugal que ia se casar com D. João II de Castela. Vítima de ciúmes da rainha na agitada corte, Beatriz retira-se ao Mosteiro de São Domingos, o Real, em Toledo, onde permaneceu recolhida por mais de trinta anos aguardando pacientemente a hora do Pai para fundar, a pedido de Nossa Senhora uma Ordem para glorificara Deus e para o serviço, a contemplação e a celebração do Mistério de sua Imaculada Conceição.
Beatriz preparou-se no recolhimento e na oração contemplando o Mistério da Encarnação, delineando assim o carisma que viria caracterizar a Ordem que veio a se concretizar quando o Papa Inocêncio VIII autorizou a fundação da Ordem pela Bula Inter Universa aos 30 de abril de 1489.
Todavia, antes de terminar a sua obra, a fundadora morre em Toledo, aos 17 de agosto de 1492, com aproximadamente 65 anos de idade, pois não se sabe ao certo a data de seu nascimento. No momento de sua morte, lhe retiraram o véu que trazia em sua fronte, para administrar o Sacramento da Santa Unção. O seu rosto irradiou tal claridade que iluminou todos os presentes. Na sua fronte apareceu uma estrela fulgurante que deixou marca indelével que ainda hoje se pode observar nos seus restos mortais, no crânio.
Testemunhas destes fatos foram as primeiras Irmãs e alguns frades franciscanos. A Ordem da Imaculada Conceição sempre contou e conta com o apoio da Ordem Franciscana para permanecer e crescer no seu próprio Carisma Mariano-Imaculista. A contemplação do Mistério de Maria, parte integrante da espiritualidade franciscana, é um ponto de união entre nós.
Santa Beatriz da Silva e Menezes se destacou por sua fé inquebrantável, por sua pureza, que lhe permitiu ser Lírio Alvíssimo escondida no coração de Jesus no Canteiro da Imaculada, por sua paciência alicerçada na esperança, por sua caridade, por sua simplicidade, pobreza, humildade, generosidade em oferecer um perdão sincero, enfim, adornada de todas as virtudes que nos convidam a sermos outras Marias, indicando o caminho mais curto, fácil e seguro para chegar a Cristo: Maria.
As Monjas da Ordem da Imaculada Conceição são também conhecidas como Monjas Concepcionistas. Por causa de seu caráter imaculista têm como Carisma: cantar o louvor de Deus e honrar, servir, contemplar e celebrar o Mistério da Imaculada Conceição de Maria vivendo as suas atitudes no seguimento de Cristo. À imitação de Maria no Cenáculo do Coração, se entregam como Hóstias vivas em corpo e alma pela Igreja, pelos sacerdotes e ao mesmo tempo em que apresentam a Cristo os anseios e as necessidades de todo o mundo.
Santa Beatriz, ao contemplar o Mistério de Deus que é amor manifestado na Imaculada Conceição de Maria em previsão da Encarnação do Verbo de Deus, nos legou a espiritualidade do Novo, ensinando-nos que a novidade passa e a paciência vence: só Deus permanece.
Honrar o Mistério de Maria em sua Imaculada Conceição é voltar sempre à fonte do Mistério central de nossa fé, gerando Cristo em nós para levá-Lo aos corações.
Foi beatificada pelo Papa Pio XI em 26 de julho de 1926 e solenemente canonizada em 03 de outubro de 1976 pelo Papa Paulo VI. Sua Festa é celebrada no dia 17 de agosto.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Alguns trabalhos das Irmãs...

Vida de Oração...



“Nós, religiosas, temos um ideal sublime que mergulha e absorve a nossa vida: Viver por Deus e para Deus. A nossa comunhão com Ele de manhã à noite e da noite à manhã. Deus enche o nosso claustro; pela fé podemos vê-lo em tudo. Sabemos que, como contemplativas, nossas orações e sacrifícios cobrem a cada instante o mundo todo. Somos como outro Moisés, intercedendo pelos nossos irmãos, pedindo misericórdia e graças para o mundo, pela Igreja, através da Liturgia das Horas.”

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Macaúbas Ontem e Hoje


Macaúbas Ontem

O Recolhimento de Macaúbas foi uma instituição religiosa fundada por Félix da Costa, natural de Penedo, naquele tempo Pernambuco, hoje, Alagoas.

Histórico:
Com a morte do pai, chefiada a família pelo irmão mais velho, Capitão Manoel da Costa Soares, Félix da Costa parte de Penedo, sobe o rio São Francisco e, três anos depois, chega ao sítio denominado Macaúbas, em território da recém criada Vila de Nossa Senhora da Conceição de Sabará, onde se estabeleceu em casas adquiridas de Antônio da Silva. Isso no ano de 1711. Félix, que era grande devoto da Imaculada Conceição, desejava fazer algo em honra da Virgem. Além de querer tornar-se religioso, disse ter visto, durante a sua viagem para Minas Gerais, às margens do Rio das Velhas, um monge, vestindo hábito branco, com escapulário e manto azul e um chapéu caído nas costas. Porém, tal visão, de súbito desapareceu. Foi este o ponto de partida para a fundação do Recolhimento de Macaúbas.
Em 1712, Félix da Costa segue para o Rio de Janeiro, cuja diocese pertencia Minas Gerais. Com certa facilidade consegue ser recebido pelo Bispo Dom Frei Francisco de São Jerônimo, que depois de ter ouvido a narração da aparição fez-lhe algumas perguntas, entre as quais, se tinha visto alguma outra vez o hábito que o monge vestia em sua visão. Felix disse-lhe que aquela havia sido a primeira. Dom Frei Francisco de São Jerônimo afirmou-lhe que o hábito era o da Ordem da Imaculada Conceição. Em 08 de maio de 1712, depois de pôr à prova sua vocação, o Bispo benzeu-lhe o hábito, dando-lhe licença para usá-lo e também permissão para angariar esmolas para a construção de uma Ermida sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição. Em uma segunda viagem ao Rio de Janeiro, obtém licença para a fundação de um Recolhimento, bem como o uso do hábito da Ordem da Imaculada Conceição por suas irmãs e sobrinhas.
Em seguida, Félix da Costa percorre os arraiais mineiros, levando ao pescoço pequeno oratório com a imagem de Nossa Senhora, e arrecada esmolas para a edificação do Recolhimento. Em 12 de agosto de 1714, Félix consegue dar início à construção da Ermida.
Em 01 de janeiro de 1716, o Padre Lourenço Valadares, Vigário de Roça Grande, benze o Santuário e, no dia seguinte, entram para o Recolhimento doze jovens, sete das quais eram irmãs e sobrinhas do Fundador. Estava, pois, lançada a em terra de Macaúbas, por Félix da Costa, a semente que logo frutificou...e como! As Recolhidas passaram a observar certas normas de vida religiosa, como Adoração ao Santíssimo Sacramento e Ofício Divino no Coro. E o Recolhimento logo se expande com a admissão de novas Recolhidas.
Em 1727, o então Bispo do Rio de Janeiro, Dom Antônio de Guadalupe, autoriza a construção de um novo prédio, mais amplo.
Em 1733 tem início a construção desse novo prédio. Em 1727, depois da visita de Dom Antônio de Guadalupe, surgiram as primeiras normas pelas quais deveriam reger-se as Recolhidas. Os Estatutos, propriamente ditos, que mais tarde seriam levados a Portugal pelo Padre Manoel Dias Lana, no processo de Recolhimento régio da Instituição, foram dados pelo Bispo de Mariana, Dom Manoel da Cruz, em 1750.
Em 23 de setembro de 1789, a Rainha de Portugal, Dona Maria I, por ato régio aprova as normas e toma o Recolhimento sob a sua proteção.
As Recolhidas sempre se dedicaram à educação de jovens; consta que em 1826 já se educavam meninas em Macaúbas.
Em 1847, o então Recolhimento passa a ser Recolhimento e Colégio, graças à pastoral do Bispo de Mariana Dom Antônio Ferreira Viçoso, que encarregou o Padre Antônio Afonso de Morais Torres, superior do Caraça, a responsabilidade de instalar o Colégio, que foi logo reconhecido.
No Colégio aprendiam a ler, escrever, contar, gramática portuguesa, geografia, música vocal e instrumental, piano, coser, bordado, arte de florista, doutrina cristã, civilidade e tudo necessário à uma boa mãe de família. Ele funcionou até os anos de 1929.

Macaúbas Hoje

Foi em 1926, ano da beatificação de Madre Beatriz da Silva e Menezes, Fundadora da Ordem da Imaculada Conceição, quando Dom Antônio dos Santos Cabral fundava a Diocese de Belo Horizonte e desejava instalar na mesma um Mosteiro de contemplativas e dirigiu o convite às Recolhidas de Macaúbas para que o Recolhimento se incorporasse à Ordem da Imaculada Conceição. E era este o desejo das mesmas.
A primeira carta para o Recolhimento nesse sentido foi endereçada na data de 26 de setembro de 1926 e assinada por Sóror Amália de Santa Cecília, Vigária do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição da Ajuda, no Rio de Janeiro. Sendo as Recolhidas de clausura diocesana, propuseram-lhe pedir licença ao então Sr. Bispo Dom Antônio dos Santos Cabral para o encaminhamento dessa realização e assim o Recolhimento, incorporado à Ordem, se tornaria um Mosteiro de Clausura Papal. A carta foi logo respondida afirmativamente por Irmã Ana Clemência, e a alegria das Recolhidas foi imensa!
O “SIM” de Roma foi dado em 29 de outubro de1932, mas só em 16 de janeiro de 1933 a Irmãs do Mosteiro da Ajuda receberam a comunicação oficial, e as Irmãs de Macaúbas em fevereiro de 1933. Madre Maria Inês de Sant’Ana, Sóror Maria Amália de Santa Cecília e Sóror Angelina de Santo Antônio receberam autorização para saírem do Mosteiro da Ajuda para concretizarem a incorporação do Recolhimento na Ordem da Imaculada Conceição, aqui chegando a 23 de abril de 1933. Com a vinda das Irmãs o Colégio foi fechado. Encerrava, pois, aquele capítulo na vinda do Recolhimento, nascendo o Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, que passou a observar os Estatutos da Ordem da Imaculada Conceição.
Atualmente vivem no Mosteiro 18 Irmãs Professas de Votos Solenes; vivem a espiritualidade da Ordem da Imaculada Conceição.
A graça de Deus não foi estéril no Recolhimento, no Colégio e, atualmente no Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, que abriga as Irmãs da Ordem da Imaculada Conceição, fundada por Santa Beatriz da Silva e Menezes, em Toledo na Espanha.Nossa atitude hoje é celebrar a Ação de Graças a Deus pelos inúmeros benefícios recebidos.